Escola do Reparar Ed#5-2024
Edição comemorativa 'TY' - Ten Years / Thank You
5 anos de Escola do Reparar, 10 anos de escolas de verão
Dis-cernir e Inseparar: o encantamento do Irreparável
Em 2024 a Escola do Reparar debruça-se sobre a ferramenta-conceito dis-cernir, que convida a exercitar a musculatura ética do diferenciar, do re-conhecer dos cernes, numa modulação na qual é justo o acesso à multiplicidade de perspectivas vitais (entre-cernes e intra-cernes) que permite (re)encantar e reconectar com a experiência sensível da inseparabilidade.
Insistimos na pesquisa de antídotos aos afetos do desemparo e do desencanto, manifestos pelo esgotamento e pelo embotamento das sensibilidades, que marcam de modo desigual mas pervasivo os estados individuais e coletivos contemporâneos. Convocamos as operações do re-pouso/amparo - enquanto vivência de ninho, descanso profundo, entrega, rendição e (re)conexão - e do re-voo/encanto - enquanto acesso ao Fundo Comum da Vida, às sabedorias encarnadas aquém-além do humano que compõem o agregado provisório de toda e cada uma das formas de vida, e re-sintonização com o ser (em) bando, num pleno habitar e co(n)sentir da coexistência.
Nas diferentes proposições de encontro que perfazem a investigação-criação deste ano, propomos, ainda, uma demora em duas outras operações: o re-conhecimento - um honrar das ancestralidades que nos dão hoje (an)coragem (ancoramento e coragem) e um empenho firme e franco em voltar a conhecer-se - e a re(e)nunciação - renúncia das ilusões sistémicas aglutinadas à volta dos pontos de vista individuais e re-enunciação de si que desbloqueia o acesso à vista do ponto.
É um ano em que comemoramos duplamente!
■ Por um lado, os 5 anos em que as nossas propostas de partilha do Modo Operativo AND assumiram o formato do programa continuado de formação artístico-política Escola do Reparar, com edições temáticas anuais desde 2020;
■ Por outro lado, os 10 anos de emergência do formato Escolas de Verão AND, predecessor da Escola do Reparar, que teve a sua primeira edição piloto em Lisboa, no verão de 2015, e se estendeu até 2019!
O programa desdobra-se em duas temporadas, contemplando atividades presenciais em Portugal, circulações por Alemanha e Brasil e atividades online.
■ De março a julho, serão oferecidas em modo extensivo presencial e intensivo online as oficinas hANDling de Introdução ao MO_AND e as oficinas Estudos Indóceis de Desdobramento do MO_AND e estudo praticado de ferramentas-conceito, bem como, no verão, o Curso-Retiro LANDscape Portugal de Aprofundamento do MO_AND e Jornada-Ritual de Ninho e Bando.
■ De agosto a janeiro, serão oferecidas em modo intensivo presencial oficinas hANDling de Introdução ao MO_AND na Alemanha e em Portugal, uma oficina (under)stANDing extensiva online, de Desdobramento do MO_AND e partilha de projetos colaborativos do Coletivo AND e um Curso-Retiro LANDscape no Brasil, de Aprofundamento do MO_AND e Encontro-Síntese Retrospetiva 2024.
Sobre a Escola
A Escola do Reparar é um programa anual continuado de investigação-criação expandida e formação artístico-política, que abriga quatro interfaces de encontro e se desenrola no eixo Portugal-Brasil. Apoiada na criação sempre em processo de Fernanda Eugenio com o Modo Operativo AND, em colaboração com a rede multilocalizada de artistas do Coletivo AND e com diferentes artistas convidades a cada vez, a Escola do Reparar toma, a partir da constelação prático-teórica do MO_AND, uma questão-tema por ano como mote para a criação de novos dispositivos performativos de encontro, proposições vivenciais, jogos e ferramentas de composição-criação coletiva, adotando a estrutura duracional da viagem para convidar à habitação e à persistência no trabalho íntimo-político da trans-forma-ação.
As suas quatro linhas de atividades estão desenhadas de modo a propiciar às pessoas participantes um percurso gradual e amparado de navegação na questão-tema do ano.
Começamos sempre pelo hANDling, oficinas de partilha do MO_AND e práticas afins (março a junho; setembro a novembro, em Lisboa e diferentes cidades do Brasil a cada ano), dedicado a oferecer as bases de sustentação da jornada anual, através da introdução e do desdobramento das ferramentas-conceito e princípios centrais do Modo Operativo AND, aliado a práticas corporais do Coletivo AND.
A seguir, entramos nos Estudos Indóceis, grupo de estudos praticados e experimentais (maio - Portugal e outubro - Brasil), dedicado a partilhar a filosofia habitada à volta dos conceitos em foco a cada ano.
Chegamos então ao LANDscape, curso-retiro imersivo (julho - Portugal e janeiro - Brasil), construído sob a forma de jornada-ritual de trans-forma-ação, na qual o Modo Operativo AND se multiplica num conjunto de proposições político-afetivas encarnadas mais complexas, que convocam diferentes modulações de jogo da constelação AND lado a lado a peças-rituais especialmente criadas, a cada vez, para propiciar a experiência sensível e vivencial da questão-tema. Esta atividade é, ao mesmo tempo, fim e começo: uma culminância da jornada de cada ano, todos os meses de julho, que, ao se repetir em janeiro, opera também a pré-paração para o ano seguinte, e para uma nova questão-tema prestes a emergir.
Toda a viagem é assistida e nutrida pelo [under]stANDing, programa de investigação continuada e de criação de artefatos por Fernanda Eugenio em colaboração com o Coletivo AND. O stANDing é a escola sendo gestada enquanto acontece e perpassa todo o ano em duas temporadas (fevereiro-julho e setembro-janeiro), compostas por trabalho presencial no Atelier AND Lab em Lisboa, encontros online e pelas Residências de Criação LAND, se abrindo ao exterior através de sessões de partilha e mostra informal de processos algumas vezes por ano.
Cabe ainda ressaltar que, embora hANDling, Estudos Indóceis e LANDscape se constituam enquanto atividades encadeadas, estão articuladas de modo a também permitir o ingresso de novas pessoas participantes a qualquer momento da viagem, que venham a acessar a experiência de modo avulso e pontual.
A Escola do Reparar propõe habitar o 'entre' enquanto intervalo de potência, instaurando-se no seio dos cruzamentos arte-vida e estruturando-se de forma espraiada e multilocalizada, no trânsito entre Portugal e Brasil, entre o urbano e o rural e entre o presencial e o virtual, num compromisso em conjugar uma consistente deslocação subjetiva e sensível com o descentramento geográfico e a propagação digital. Reivindica-se, assim, enquanto campo de amparo para o encanto, enquanto campo seguro para o risco: firmado no cuidado e focado em (re)ativar a relação atenta com a Terra-Soma e, ao mesmo tempo, em infiltrar e sustentar um modo comunitário no quotidiano urbano e digital.
A Escola do Reparar oferece anualmente um mínimo de 25% de vagas sob a forma de bolsas integrais com perfil interseccional, para pessoas vulnerabilizadas por intersecções de classe, raça, gênero, deficiência, orientação sexual, corporalidades dissidentes, migração e/ou origem étnica.
As atividades da Escola do Reparar em Portugal são bilíngues (português e inglês) sempre que necessário.
As atividades da Escola do Reparar em Portugal têm tradução em Língua Gestual Portuguesa sempre que necessário.
ATIVIDADES ABERTAS NO MURAL DE EVENTOS PARA INSCRIÇÕES/INFORMAÇÕES
[poderá sempre retornar a esta página ao longo da programação anual para acompanhar novidades: as novas atividades do calendário serão adicionadas à medida que tiverem as suas inscrições/informações disponíveis]
Direção | Direction: Fernanda Eugenio
Curadoria e Formulação Conceitual/Curation and Conceptual Formulation: Fernanda Eugenio
Apoio à Direção | Support to Direction: Henrique Antão
Interlocuções/Interlocutions LANDscape Barril de Alva: Ana Dinger, Bernardo Chatillon, Manoela Rangel, Ruan Rocha
Interlocuções/Interlocutions LANDscape Guapimirim: Mariana Pimentel e membres do Coletivo AND a definir
Interlocuções/Interlocutions (under)stANDing: Ana Corrêa, Constança Carvalho Homem, Dai, Henrique Antão, Ruan Rocha, Manoela Rangel
Design Original e Plataforma Online | Original Design and Online Platform: Alexandre Eugenio/Boxer Crab
Produção e Comunicação | Production and Communication: Catarina Serrazina e Luís Filipe Fernandes
Produção local (Alemanha) | Local production (Germany): produção Onsite e Núcleo AND Lab Berlim
Produção local (Brasil) | Local production (Brazil): Rede AND Lab Brasil - Núcleo Mata Atlântica | AND Lab Brasil Network - Atlantic Forest Center
Series Reels & Podcast: Pat Bergantin e Patrícia Araújo
Documentação Audiovisual | Audiovisual Documentation: Gabriela Jung e Inês T. Alves
Parcerias | Partnerships: Trust Collective (PT), Onsite Berlin (DE), Casa Amarela/Fazendinha (BR)
Apoio | Support: DGArtes - República Portuguesa - Cultura