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QUANDO-ONDE?

(Calendário)

Modo Operativo AND, Metálogo e Arrumação - os modos da concretização: dar, receber, retribuir

segunda, 13/11

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companhia brasileira de teatro

Realização AND Lab Curitiba. Com Fernanda Eugenio em colaboração com Ana Dinger e Francisco Gaspar Neto.

Modo Operativo AND, Metálogo e Arrumação - os modos da concretização: dar, receber, retribuir
Modo Operativo AND, Metálogo e Arrumação - os modos da concretização: dar, receber, retribuir

Quando-Onde

13/11/2017, 09:00 – 17/11/2017, 13:00

companhia brasileira de teatro, R. José Bonifácio, 135 - sala 01 - Largo da Ordem, Curitiba - PR, 80020-130, Brasil

Detalhes

A topografia das inquietações como viver juntos? e como não ter uma idéia?, que movem todo o projeto do AND_Lab, emerge do encontro entre dois modos de “fazer problema”, vindos da antropologia e da dança – ou, mais precisamente, das relações-tensão com cada um desses campos O ponto de encontro entre a antropologia e a dança é a singular sensibilidade à relação que partilham de modo fundador, e que lhes confere uma espécie de “impossibilidade congênita” de pacificarem de modo definitivo a questão do encontro, do entorno e da alteridade. Por um lado – e por operarem de modo “fundador” na impureza relacional, a antropologia e a dança são dois campos de saber-fazer que nunca se encaixaram por completo no projeto ocidental mais amplo de produção de certezas. Por outro lado, ao longo das suas fases modernas e pós-modernas, ambos os campos tenderam a organizar este “lugar deslocado” como voz de resistência, deixando diversas vezes escapar a precisão com que poderiam inventar-se enquanto um potente “Fora”, capaz de operar, para além de um continuado loop no continuum resistência-desistência, como plano de re-existência.A topografia das inquietações como viver juntos? e como não ter uma idéia?, que movem todo o projeto do AND_Lab, emerge do encontro entre dois modos de “fazer problema”, vindos da antropologia e da dança – ou, mais precisamente, das relações-tensão com cada um desses campos O ponto de encontro entre a antropologia e a dança é a singular sensibilidade à relação que partilham de modo fundador, e que lhes confere uma espécie de “impossibilidade congênita” de pacificarem de modo definitivo a questão do encontro, do entorno e da alteridade. Por um lado – e por operarem de modo “fundador” na impureza relacional, a antropologia e a dança são dois campos de saber-fazer que nunca se encaixaram por completo no projeto ocidental mais amplo de produção de certezas. Por outro lado, ao longo das suas fases modernas e pós-modernas, ambos os campos tenderam a organizar este “lugar deslocado” como voz de resistência, deixando diversas vezes escapar a precisão com que poderiam inventar-se enquanto um potente “Fora”, capaz de operar, para além de um continuado loop no continuum resistência-desistência, como plano de re-existência.

Esta percepção espalha-se hoje de um modo cada vez mais agudo, e vêm-se desdobrando em consequência da crítica – cada vez mais onipresente – do privilégio da ontologia e da representação na partilha moderna do sensível. Tal primado funcionou, no pensamento antropológico, como argumento tanto das abordagens universalistas como das abordagens relativistas e interpretativas; e, na dança, sustentou tanto as estéticas modernas (o ballet clássico e a dança moderna) como as danças pós-modernas (o contato-improvisação ou as coreografias de autor). Tanto a antropologia como a dança habitam atualmente uma clara exaustão em seguir funcionando como lugares de mera resistência à cinética moderna da conquista da verdade. Este limite tem levado os dois campos, por caminhos variados mais sutilmente afinados, a interrogar-se sobre a suficiência das práticas modernas e pós-modernas em efetivar a colaboração criativa e a convivência. E é este potente estado de “duvidação” das próprias práticas que faz, da antropologia e da dança contemporâneas, perspectivas privilegiadas para pensar e operacionalizar ferramentas conceptuais e práticas mais precisas para visibilizar uma “ética do comum”, investigar formas de criatividade já não assentes na identidade radical do autor ou do artista, e lidar francamente com a questão do “viver juntos” – inquietações que vêm afetando tanto o plano teórico, metodológico e analítico das ciências sociais como a reflexão e a operacionalização da criação artística.

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